autogestión vecinal

FUCVAM
FUCVAM

SEMINARIO INTERNACIONAL
Producción Social del Hábitat
y Neoliberalismo:
el capital de la gente
versus la miseria del capital
Montevideo, 1 al 6 de octubre 2001
Federación Uruguaya de Cooperativas de Viviendas por Ayuda Mutua
Secretaría Latinoamericana de Vivienda Popular
Coalición Internacional del Hábitat

SELVIP

1. Identificação da Experiência

1.1.            Título:
Fundo Rotativo de Crédito
para Financiamento de Cooperativas Habitacionais

1.2.            Entidade Promotora: Fundação Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubião

1.3.            Local: Rio de Janeiro

1.4.            Autor da ficha: Ricardo de Gouvêa Corrêa

1.5.            Breve Caracterização do Caso:

Fundo de crédito para o financiamento da  construção e/ ou reconstrução de moradias por cooperativas habitacionais em regime de co-gestão e ajuda mútua, em favelas e periferias da cidade. A Fundação  fornece assessoria nas áreas jurídica, social, construtiva e administrativa. Já foram fornecidos 157 créditos (90 unidades construídas e 67 em construção) e no mínimo 80 serão contratadas em 2002. A experiência foi concebida como alternativa às políticas públicas para o setor, tendo em vista a inexistência de linhas de financiamento que permitam seu acesso pela população pobre, quanto que também se desenvolvam através da participação e da organização popular.

2. História, antecedentes e contexto

A região metropolitana do Rio de Janeiro possui um déficit de 300 mil moradias, sendo 226 mil demandadas por famílias com renda familiar até 5 salários mínimos (U$ 360). Neste cálculo se inclui tanto a demanda quantitativa (famílias sem teto, morando com parentes ou pagando aluguel que comprometa mais do que 30% de sua renda), como também se considera o déficit qualitativo (precariedade construtiva e/ ou inexistência de infra estrutura urbana) - fonte IPPUR/ Fase.

Esta faixa da população, com renda de até 5 salários mínimo, historicamente resolveu sua demanda por moradia sozinha, sem financiamento público ou privado, sem assessoria técnica, sem segurança na terra, sem infra estrutura urbana e/ ou com infra estrutura  clandestina. São as favelas e os loteamentos irregulares surgidos na cidade nos último 60 anos, onde moram no mínimo 30 % da população. Apesar de inúmeros de seus aspectos positivos (culturais, humanos, etc.), tais comunidades apresentam expressivas precariedades físicas e sócio econômicas.

Hoje, após décadas de lutas, a urbanização das favelas é progressivamente aceita pela sociedade, sendo também progressivamente implementada pelo poder público, ainda que de forma lenta, orientada pela ótica assistencialista e motivada por interesses eleitorais.

Quanto à unidade habitacional, inexistem programas de financiamento para reconstrução dos barracos precários nas favelas e de produção de novos núcleos para os sem teto.

O projeto da Fundação opera neste vácuo, e lida tanto com a reconstrução de barracos em favelas como com a construção de novas unidades em terrenos adquiridos para este fim.

O processo teve início em 1993, quando foi realizado intercâmbio com as Cooperativas Habitacionais Uruguaias, do qual tomaram parte técnicos e líderes dos dois países; em 1994/ 95 empreendeu-se a busca por recursos para a viabilização de 3 cooperativas modelo; em 1996  iniciaram-se as obras (90 unidades); em 1998 as casas foram concluídas; em 1998/ 99 o Fundo não financiou novas unidades, pois os recursos existentes eram os das prestações, insuficientes para tal, promovendo-se então uma capitalização dos mesmos e a busca por novas fontes de financiamento; em 2000 o Fundo contrata 67 novas unidades (3 núcleos); em 2001 se realiza o treinamento e se iniciam as obras; e em 2002 no mínimo 80 unidades serão contratadas.

3. Objetivos, estratégias e alcances

São objetivos do projeto:

·         Desenvolver a solidariedade e a consciência cidadã da população pobre da cidade, através da educação e da prática cooperativista, ampliando-lhes o exercício de seus direitos;

·         Melhorar a situação de Habitat destas famílias;

·         Elevar seu nível de emprego e renda, fortalecendo  a economia solidária;

·         Constituir-se em experiência referencial para que se possa lutar pelo desenho e implementação de uma política pública que através de seus mecanismos financeiros atinja a população pobre, como também que conte com a participação e o controle popular em sua execução;

São critérios estratégicos:

·         Contribuir para a superação de dificuldades sociais e econômicas pessoais e/ ou familiares (tais como alcoolismo, desemprego, etc.);

·         Identificar e capacitar lideranças;

·         Valorizar o papel da mulher, superando discriminações e favorecendo relações equânimes de gênero;

Das 5 cooperativas apoiadas, todas são urbanas, sendo 3 em áreas centrais e duas na periferia. Duas destas cooperativas se localizam em favelas, sendo que uma reconstruiu todas as unidades existentes, e outra as unidades em situação de risco dispersas pela comunidade; duas foram implantadas em terrenos vazios na malha urbana, comprados pelos cooperados, que moravam de aluguel ou em casas de parentes e uma última foi implantada em uma área livre dentro de um conjunto habitacional popular, envolvendo famílias que lá moravam de aluguel.

O modelo de produção habitacional por cooperativas populares, através da gestão participativa e da ajuda mútua é inovador na cidade do Rio de Janeiro.

A existência de uma linha de crédito que permite seu acesso pelos mais pobres, em função de  seu desenho financeiro (principalmente pelos subsídios existentes), que é administrada por uma ong e que conta com a participação da população beneficiada, através de suas representações, em seu conselho de gestão, são outras das características inovadoras desta experiência.

4. Atores envolvidos e papeis desempenhados

Os atores envolvidos são: a população organizada em cooperativas, responsáveis pela gestão ou co-gestão do processo (junto com a Fundação, sendo maior ou menor sua autonomia resultante do nível de sua organização interna), vindo esta população também a aportar horas na construção das unidades (17 horas por família por semana); a Fundação, na co-gestão e/ ou na assessoria nas áreas social, jurídica, construtiva e administrativa, sendo também  responsável pela captação de recursos e a administração do Fundo Rotativo; a cooperação internacional com a alocação de recursos; os governos  municipais e estadual com a cessão de terrenos/ regularização fundiária e a implantação de infra-estrutura; e finalmente grupos de base ligados a igrejas e movimentos sociais,  apoiando na criação, mobilização e a organização das famílias.

5. Componentes do Projeto

É política do fundo não financiar a compra de terrenos, tanto porque isto absorveria muitos recursos, quanto por estratégia, visando com isto articular o poder público, responsável então por este componente. Entretanto, em função da dificuldade no acesso a terra, uma cooperativa obteve excepcionalmente crédito para este fim. Quanto às outras, uma comprou o terreno financiado em condições especiais pela igreja local; outra já ocupava o terreno com barracos precários, se dando no momento a regularização fundiária do mesmo. Apenas duas portanto tiveram seu acesso a terra e/ ou a regularização da que ocupavam através da participação do poder público municipal.

As moradias são entregues prontas, com sala, dois quartos, cozinha e banheiro, possuindo metragem entre 42 e 48 metros quadrados. Em uma cooperativa, as famílias optaram por uma unidade maior, de 60 metros quadrados, ficando os acabamentos por conta das mesmas (pintura, esquadrias, etc.), tendo o custo final se equiparado ao das unidades acabadas de 42/46 m2.

As tipologias arquitetônicas variam, sendo elaborados projetos específicos de acordo com as condições físicas e aspirações do grupo. A densidade do assentamento e o tamanho dos lotes são conseqüência direta da proximidade dos  mesmos em relação ao centro da cidade, em função do custo do terreno, mais barato quanto mais periférica a localização. Assim sendo, comunidades mais centrais, que em função do custo da terra são constituídas por lotes exíguos, geram uma ocupação vertical, que tanto pode ser da mesma unidade distribuída em dois pavimentos, quanto por unidades diferentes superpostas (ver ilustração 1). Cooperativas localizadas em bairros mais distantes permitem a construção da unidade e mesmo a previsão de uma futura ampliação horizontalmente, tendo em vista as maiores dimensões do lote, o que de resto barateia a construção como um todo, por permitirem um sistema estrutural simplificado (ilustrações 4 e 5). Os projetos sempre reservam uma área livre para a convivência da comunidade, e quando a situação permite, constrói e/ ou reserva espaço para a construção de um centro comunitário.

Dada a inexistência de um movimento social de moradia a nível regional, os grupos que surgiram neste processo o fizeram em função de sua demanda imediata e particular por moradia, com reduzido ou nenhum nível de organização prévia. Duas das cooperativas contaram com o apoio de grupos locais (ligados a movimentos sociais de base da igreja católica) para sua formação e estruturação; outro grupo surgiu de uma cooperativa que já havia concluído seu processo de construção das unidades e os outros dois se formaram na luta pelo acesso a terra.

Uma vez obtida a terra e os recursos financeiros, é realizada uma capacitação inicial dos cooperados. Nesta fase se trabalha o espírito cooperativista e seus instrumentos, dentre os quais suas representações (diretoria e comissões), com suas funções, responsabilidades e aptidões requeridas, seguindo-se um processo de escolha de seus integrantes.

Além da diretoria, com a função de representação externa e coordenação interna dos trabalhos, constituem-se duas comissões, a de obras, responsável pela organização do canteiro e do mutirão (mútua ajuda), compra e guarda dos materiais, etc. e a comissão de mobilização, responsável pelo acompanhamento e coordenação das atividades sociais (controle das horas dos cooperados, acompanhamento e encaminhamento de demandas sociais, tais como desemprego, alcoolismo, violência doméstica, etc.).

Durante o desenvolvimento das atividades, reuniões e assembléias periódicas são realizadas visando a avaliação e planejamento dos trabalhos, desenvolvendo-se portanto um processo que articula mecanismos de democracia participativa com mecanismos de democracia direta.

É objetivo do projeto a conquista da autonomia e auto gestão plena destes grupos. Tal objetivo é perseguido através da criação de instrumentos, canais e capacitações que viabilizem uma crescente participação dos cooperados em todas a etapas do processo. Dada a característica de serem grupos em formação, e dado o trabalho social insuficiente realizado pela Fundação (ver item 7 deste documento), o nível de organização, mobilização e por conseguinte de autonomia atingido pelas 3 primeiras Cooperativas foi limitado. A demanda por trabalho social foi maior do que o implementado, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos.

Com base na experiência acumulada, o projeto reavaliou o peso e as estratégias de sua intervenção social. Também foi realizada uma pesquisa levantando dados em torno das relações de gênero existentes, que igualmente colaboram para a redefinição das estratégias sociais, visando-se com tudo isto obter maior densidade e eficácia.

Em termos econômicos, observam-se fortalecimentos em quatro direções[1]:

·         Em função da melhora em suas condições de moradia, há uma conseqüente melhora na qualidade de vida do trabalhador (qualidade do sono, da convivência familiar e da alimentação, esta em função da melhoria salarial obtida pelas razões expostas a seguir); esta melhora da qualidade de vida por sua vez potencializa o rendimento profissional destes trabalhadores, o que muito provavelmente acarreta, a médio e longo prazo, no desenvolvimento profissional e na melhoria salarial dos mesmos.

·         Em três das cinco cooperativas trabalhadas, havia/ há um grande número de pessoas morando de aluguel. Tais famílias pagam ou pagarão para o fundo rotativo uma prestação entre 1/3 e 1/4 destes aluguéis (em média U$ 60/ 80, para uma prestação situada entre U$ 20 e U$ 25); tais famílias portanto comprometiam algo em torno de 35% de suas rendas familiares com moradia, passando para um comprometimento em torno de 10%;

·         Com o treinamento e a prática durante o processo de ajuda mútua/ mutirão, muitos dos homens, que anteriormente não possuíam qualquer habilidade ou experiência em construção civil, ingressam profissionalmente neste ramo de atividades;

·         Como fruto do processo de união e solidariedade, duas das três cooperativas da primeira fase implementaram atividades de geração de renda com mulheres (cozinhas para produção e venda de refeições).

6. Principais Instrumentos Utilizados

Em relação aos aspectos sócio organizativos, o texto já os descreveu anteriormente: Cooperativas Habitacionais Mistas; comissões de mobilização e obras; construção por ajuda mútua; assembléias deliberativas; capacitação inicial concentrada das famílias, que se constitui em única atividade no período (aproximadamente 2/ 3 meses); capacitação continuada durante todo o processo; plano de capacitação e desenvolvimento das potencialidades das lideranças identificadas; articulação destas lideranças e das cooperativas com outros atores e experiências; circulação permanente e transparente de informações, especialmente as de natureza financeira.

Em relação aos instrumentos financeiros, as famílias beneficiadas, que devem ter uma renda familiar de até 5 salários mínimos (aproximadamente U$ 360), recebem um empréstimo em 8 anos com juros simples entre 0 e 3 %. Cabe dizer que os juros no Brasil hoje podem chegar a 100% ao ano (empréstimos bancários), sendo que os juros habitacionais para a população de até 5 salários mínimos, praticados por um banco público, estão entre 6/ 8% ao ano (juros compostos).

O valor do empréstimo é constituído pelo custo do material de construção empregado, pelas ferramentas, instalação do canteiro de obras e pela pequena mão de obra especializada que é contratada. A assessoria técnica fornecida pela Fundação não compõe o empréstimo, sendo  gratuita. Em valores atuais, estas unidades, com 46 metros quadrados, estão resultando em um empréstimo de aproximadamente U$ 2.200. Como já dito, isto gera uma prestação entre U$ 20 e U$ 25 (10% da renda familiar).

Em relação aos instrumentos jurídicos, os grupos são regularizados como Cooperativas Habitacionais e Mistas. Desta forma, além de permitirem o processo de produção habitacional, por serem mistas, permitem também que os cooperados possam comercializar produtos e/ ou serviços, a partir da implantação de unidades de geração de renda, o que também constitui-se em meta do projeto.

Contratos são firmados entre a Fundação, gestora do fundo rotativo, e a Cooperativa, que por sua vez realiza contratos com cada um de seus cooperados. Ainda quanto aos instrumentos jurídicos, cabe destacar a elaboração de um regimento interno para o processo de construção das unidades (estipulando horas a serem trabalhadas, horários, responsabilidades, etc.), regimento este discutido e aprovado em assembléia.

7. Conquistas e Principais Lições Aprendidas

Os impactos sobre os participantes são visíveis, nos planos da dignificação humana, com elevação da confiança e estima por si e pelo grupo ao qual pertencem; a melhoria profissional/ salarial de que já se falou; ídem em relação a melhoria das condições materiais de vida; a articulação com outros grupos e atores, ampliando-se horizontes; a educação na cidadania; etc.

Uma outra conquista importante refere-se à qualidade construtiva e arquitetônica das intervenções, a um custo final relativamente baixo. A cultura da produção habitacional no país é a da precariedade construtiva/ arquitetônica/ urbanística, o que encobre uma postura discriminatória, ao admitir padrões inferiores por ser direcionada para os pobres. Esta cultura encobre também uma visão econômica imediatista e limitada, ao se comparar a relação custo/ benefício, ponderando-se os recursos investidos na construção e sua durabilidade, investimento este que com pequena elevação potencializaria enormemente a vida útil destas unidades.

Dentre os principais obstáculos, destacamos três. O primeiro refere-se ao envolvimento do poder público, estratégico dentre os objetivos do projeto. Várias articulações foram estabelecidas, mas todas sem conseqüência. As razões são algumas: mudanças dos governos ou mesmo dos atores de um mesmo governo, neste caso em função da instabilidade e fragilidade da proposta política dos governantes, que ficam a reboque de disputas e processos menores; a ausência de uma cultura de construção e implementação de políticas públicas sustentáveis e universalistas; a auto referência do poder público, que tanto se sente como único ator com legitimidade para atuar na esfera pública/ social, como não sente necessidade de tecer parcerias que complementem e ampliem suas intervenções; a visão utilitarista em relação à população pobre, vista não como objeto de direitos e auto determinação, mas de caridade e de utilitarismo eleitoral.

Outra gama de obstáculos refere-se ao fato de não existir na região um movimento social estruturado, orgânico e amplo, no campo da moradia. Em outros lugares onde isto se dá, o papel de uma organização não governamental é de suporte e assessoria. No caso que vivenciamos há a necessidade de desempenharmos outros papéis: de mobilização, articulação, treinamento, etc. Buscamos manter a vigilância para não ultrapassarmos fronteiras, dado termos consciência de que nossa natureza é específica, atuando no campo mencionado de forma suplementar e provisória. Cabe também lembrar que a questão dos atores sociais e/ ou dos papéis a serem desempenhados pelos mesmos passa por reconfigurações, constituindo-se um panorama nebuloso.

A questão apontada no parágrafo anterior esta na base também dos problemas mencionados na página 3, que trata da insuficiência do trabalho social desenvolvido pela Fundação na primeira etapa do projeto. Também cabe destacar neste campo a questão das lideranças, que em função do quadro exposto, freqüentemente reproduzem posturas individualistas e autoritárias. Tal procedimento  trouxe em certos casos conseqüências negativas definitivas para o resultado final daquela intervenção, no que se refere aos seus resultados sociais (organização e democracia interna, sustentabilidade do grupo, etc.).

Por fim, um último universo de problemas refere-se ao pagamento das prestações. Observa-se aqui também uma relação direta entre o nível de amadurecimento e organização interna, a postura democrática das lideranças e o  nível da inadimplência. Ela é baixa na cooperativa mais organizada; média na cooperativa medianamente estruturada e elevada numa comunidade, onde além dos problemas enfrentados com as lideranças, também enfrentaram-se sérios obstáculos com o tráfico de drogas, que é em si um obstáculo estrutural e dramático para qualquer ação que vise a organização da população pobre na cidade do Rio de Janeiro.

 8. Palavras Chave

Cooperativismo; fundo rotativo; co-gestão; ajuda mútua; qualidade construtiva-arquitetônica; baixo custo; reconstrução em favelas; novos núcleos; políticas públicas.


1] As conclusões descritas a seguir são conseqüência da observação direta e empírica da equipe, sendo de qualquer forma evidentes e irrefutáveis. O grau entretanto destas melhorias não pode ser especificado, tendo em vista não terem sido coletados dados que os dimensionassem durante a primeira fase do projeto. Na fase ora em curso, indicadores foram estabelecidos para medição destes aspectos, bem como de outros de natureza social e construtiva 

Más información sobre el tema en la Sección Cooperativismo y Autogestión y Vivienda Popular de esta WEB

Volver a Indice Seminario Producción social del hábitat

© autogestión vecinal (http://www.chasque.apc.org/guifont) Montevideo/URUGUAY
Edición Internet 2001: Guillermo Font


Guillermo Font - ELECTRICISTA
correoCorreo Electrónico: guifont@chasque.apc.org
Montevideo - URUGUAY