 Indice 
        Anterior 
        Siguiente 
         | 
        
            Informe
            Nacional Brasil: Parte III 
            I. Visão de
            conjunto do setor energético no Brasil 
            C. Fontes
            energéticas disponíveis 
            1. Derivados de Petróleo 
            Em termos absolutos, o consumo de
            petróleo bruto que era de 63,162 milhões de m 3 em
            1980, alcançou em 1995 cerca de 71,150 milhões de m3, ou
            seja, um crescimento de 18%. É importante ressaltar
            que, durante este período, a dependência externa de
            petróleo passa de 80% (50,5 milhões de m3 importados
            em 1980) para 43% (29,2 milhões de m3 em
            1995).
            O aumento da produção nacional
            de petróleo, obtida basicamente através da
            exploração "off-shore" na Bacia de Campos
            (RJ), que responde atualmente por 68% da produção,
            foi acompanhada por uma ampliação do parque de
            refino, que passou de uma capacidade de operação de
            1.072 bpd (barris por dia) em 1980, para 1.254 bpd em
            1994, acompanhando dessa forma o crescimento do
            consumo. 
            Entretanto, o aumento dessa
            capacidade não foi suficiente para evitar os
            problemas decorrentes de vários equívocos. Um
            deles, identificando dois "gargalos" da
            estrutura de refino - o GLP e o óleo diesel - aponta
            para as dificuldades impostas pela necessidade de se
            importar quantidades crescentes do gás liquefeito de
            petróleo ao mesmo tempo em que se mantém o
            subsídio no seu consumo e, quanto ao diesel, pela
            opção do transporte rodoviário, responsável
            atualmente por 58,7% do transporte de cargas e por
            96% do transporte de passageiros no Brasil, e por 95%
            do consumo setorial deste combustível. 
            Considera-se aqui a existência de
            limitações técnicas no perfil do parque de refino
            brasileiro. Nesse sentido, os equívocos apontados
            residem na manutenção e ampliação de um perfil de
            consumo absolutamente inadequado sob este ponto de
            vista.  
            Um outro equívoco diz respeito as
            consequências do PROALCOOL na estrutura de consumo
            da gasolina automotiva, e pode ser identificado nas
            parcelas de exportação deste combustível, e nas
            consequências da quantidade de veículos a álcool
            produzida. As proporções da chamada "conta
            álcool" no crescimento dos prejuízos que irão
            alimentar o déficit público, se constituem em outro
            indicador de equívoco. 
            No que se refere aos aspectos
            sociais e ambientais da produção e refino do
            petróleo no Brasil, eventos como o incêndio da Vila
            Socó (Cubatão/SP) em 1984, as explosões nas
            refinarias de Duque de Caxias/RJ (1990), de
            Manguinhos/RJ (1991), e o derramamento de petróleo
            decorrente do acidente marítimo do navio Penélope
            no canal de São Sebastião (1991), indicam a
            intensidade dos problemas relacionados com as
            condições de segurança de trabalho e com os riscos
            as populações próximas as instalações
            petrolíferas.  
            a. GLP-Gás Liquefeito de
            Petróleo 
            O GLP - Gás Liquefeito de
            Petróleo, também chamado de gás de cozinha, é
            obtido através do processo de refino do petróleo
            cru, na proporção de 5,5 a 8% de cada barril. 
            O consumo total de GLP que era de
            4,951 milhões de m 3 em 1980, alcançou 10,458 milhões de m3 em
            1995, ou cerca de 5,4 milhões de toneladas por ano.
            Como do processo de refino é
            obtido apenas 3,6 milhões de toneladas de GLP, o
            restante é importado a um custo muito superior ao
            que é determinado pelo governo, através do
            DNC-Departamento Nacional de Combustíveis.  
            As empresas de engarrafamento e
            distribuição formam um verdadeiro cartel: são 8
            grandes grupos economicos representados por 17
            empresas, sendo que 6 delas dominam 94% do mercado.
            Das 3 únicas fabricas de vasilhames existentes no
            país, duas são controladas pelas
            engarrafadoras/distribuidoras. O DNC, que é o
            órgão regulador do governo na determinação dos
            preços, fica sujeito as pressões e interesses
            destes grandes grupos.  
            Atualmente, o DNC procura limitar
            o ressarcimento aos distribuidores pelos custos de
            transporte na distribuição do GLP a 60% do preço
            máximo de venda deste derivado no posto revendedor.
            Ainda, o consumo máximo domiciliar de energia
            elétrica de 75 kWh/mes dá direito ao pagamento do
            "vale-gás". 
            Por outro lado, a existência de
            uma inexpressiva rede de canalização, mesmo nas
            grandes metrópoles brasileiras, transforma o GLP
            engarrafado num produto essencial de consumo
            domiciliar para fins de cocção mas extremamente
            dependente do transporte e distribuição realizados
            pelas empresas distribuidoras. 
            Ainda no que se refere ao uso
            final do GLP, os dados disponíveis no BEN (1995)
            indicam que o consumo domiciliar corresponde a 91% do
            total, e o industrial a 9%. Há que se ressaltar que
            estes dados não estão revelando a utilização
            indevida do GLP como combustível automotivo,
            prática incentivada pelo subsídio que está sendo
            disseminada em larga escala, sem o necessário
            controle de segurança.  
            b. Óleo Diesel 
            O óleo diesel é obtido na
            proporção de 26 a 32% de cada barril de petróleo e
            se constitui, da mesma forma que o GLP, num
            "gargalo" na estrutura de refino
            brasileira. 
            O consumo de 18,752 milhões de m 3 de
            óleo diesel em 1980, alcançou 29,262 milhões de m3 em
            1995. Para atender a demanda interna, foram
            necessários a importação de 4,250 milhões de m3 em
            1995. 
            O transporte rodoviário
            representa 74% do consumo de óleo diesel, ou 21,6
            milhões de m 3. Segundo dados do Sindipeças para o
            ano de 1992, o óleo diesel era basicamente consumido
            por uma frota de 1.806 mil utilitários, 1.035 mil
            caminhões leves e médios, 153 mil caminhões
            pesados, além de 185 mil ônibus. 
            Por outro lado, o setor
            agropecuário é responsável por 16,8% (4,9 milhões
            de m 3) enquanto que a utilização do óleo
            diesel para geração de energia elétrica é
            relativamente pouco expressiva, representando 3,7% do
            consumo total (1,09 mil hões de m3).
            c.
            Óleo Combustível 
            O consumo de óleo combustível no
            Brasil está decrescendo, passando de 18,207 milhões
            de m 3 em 1980 para 11,821 milhões de m3 em
            1995. Tal situação deve-se a uma redução na
            utilização do óleo combustível em caldeiras
            industrias, principalmente nos setores químico,
            cimento, alimentos e bebidas, e papel e celulose, que
            no conjunto, representam 40% do consumo. 
            No entanto, mantém-se o baixo
            custo do óleo combustível, o que continua impondo
            severas limitações a uma política de sua
            substituição, por exemplo, pelo gás natural. 
            Por outro lado, o consumo de óleo
            combustível para a geração de energia elétrica
            continua mantendo atualmente os mesmos níveis de
            consumo de 1980, da ordem de 1,0 milhão de m 3, ou
            8,5% do consumo total. 
            d. Gasolina 
            A gasolina é obtida no processo
            de refino do petróleo na proporção de 17 a 20%.
            Estas condições de produção tem criado um
            excedente em função de um nível de consumo
            praticamente estável, ao se considerar o volume de
            11,526 milhões de m 3 consumidos
            em 1980, e o volume de consumo de 11,741 milhões de
            m3 em 1994.
            Tal situação tem transformado a
            gasolina automotiva em produto de exportação no
            mercado internacional, basicamente os EUA. Em 1980
            foram exportados 359 mil m 3 de gasolina
            representando 3% da produção decorrente da
            estrutura de refino brasileira. Em 1994, esta
            quantidade alcançou 3,002 milhões de m3, ou
            20% da produção obtida naquele ano.
            Por outro lado, conforme os dados
            para 1995, o volume de consumo alcançou 14,112
            milões de m3, o que levou a um decréscimo no volume
            exportado, para 1,039 milhões de m 3, ou
            menos de 7% da produção.
            2. Carvão Mineral 
            O carvão mineral, enquanto fonte
            energética, tem uma participação pouco
            significativa no consumo energético brasileiro,
            muito embora os dados da Tabela 2 indiquem um
            aumento de 3,8% em 1980 para 5,1% em 1994. Estes
            dados de consumo de carvão mineral abrangem o
            carvão-vapor (ou carvão energético, utilizado como
            combustível nas usinas termelétricas) e o coque de
            carvão metalúrgico, produzido a partir do carvão
            metalúrgico.  
            Durante o período 1980-1994,
            verificou-se um vigoroso decréscimo da produção
            nacional do carvão metalúrgico. Esta produção,
            que era de 1,545 milhões de toneladas em 1980,
            passou a 499 mil toneladas em 1990, e a apenas 80 mil
            toneladas em 1995. Este declínio atingiu notadamente
            a região de Criciúma, no sul de Santa Catarina,
            onde a atividade mineira que já envolveu 12 mil
            postos de trabalho, atualmente emprega cerca de 3.200
            mineiros de carvão.  
            O carvão metalúrgico é
            utilizado no setor siderúrgico, principalmente pelas
            grandes siderúrgicas integradas a coque (CSN,
            Usiminas, Açominas, CST e Cosipa). O consumo deste
            carvão, que passou de 5,694 milhões de toneladas em
            1980 para 11,266 milhões de toneladas em 1995,
            encontrou na importação a solução para a garantia
            de suprimento. Atualmente, a dependência externa é
            de 99,5%, contra 74,5% em 1980.  
            Por sua vez, o carvão-vapor é
            utilizado como combustível nas usinas termelétricas
            localizadas em Santa Catarina (482 MW de potência
            instalada) e Rio Grande do Sul (650 MW de potência
            instalada). Em 1980, foram consumidas 3,034 milhões
            de toneladas de carvão-vapor, sendo 62% para
            geração elétrica (1,881 Mt). O restante foi
            consumido pelo setor industrial como combustível
            para produção de vapor e para aquecimento direto,
            basicamente pelas indústrias de cimento (555 mil
            toneladas) e em menor medida pelos setores de
            alimentos e bebidas (153 mt), cerâmica (134 mt), e
            de papel e celulose (109 mt). Já em 1995, foram
            consumidas 5,514 milhões de toneladas de
            carvão-vapor, mantendo-se a proporção de 62% para
            a geração termelétrica (3,631 Mt). O setor
            industrial, por seu turno, encontrou nas indústrias
            de cimento seu maior consumidor (746 mt), seguido da
            petroquímica (328 mt), papel e celulose (187 mt),
            alimentos e bebidas (193 mt) e cerâmica (145 mt).  
            Sob o ponto de vista ambiental, as
            atividades de extração, beneficiamento e estocagem
            do carvão mineral impõem severas alterações no
            meio físico das zonas carboníferas. O relevo e a
            paisagem sofrem um vigoroso processo de degradação
            em função da erosão e da indevida disposição
            final do material estéril (ou rejeito), resultante
            do processo de beneficiamento. Por outro lado, a
            necessidade de drenagem das minas, a água utilizada
            nos lavadores e os volumes de material estéril
            submetidos a ação das águas pluviais, acabam por
            comprometer a qualidade dos recursos hídricos nas
            zonas carboníferas. Os efluentes líquidos
            resultantes contém material particulado de finos em
            supensão e apresentam características ácidas. A
            acidificação é decorrente da oxidação de um de
            seus componentes - a pirita (composto de ferro e
            enxôfre) - em contato com a água. Através do
            processo de infiltração, estes efluentes atingem os
            lençóis freáticos subterrâneos, ou fluem
            diretamente para os corpos d'água superficiais.  
            Todavia, o processo de
            degradação ambiental tem sido ainda mais vigoroso
            na combustão do carvão mineral, através das
            emissões atmosféricas não apenas de CO 2,
            como também de material particulado, CO (monóxido
            de carbono), hidrocarbonetos, óxidos de enxôfre e
            de nitrogênio. A qualidade do carvão mineral
            brasileiro fica comprometida devido ao seu alto teor
            de cinzas, na faixa de 20-55%, e devido ao alto teor
            de enxôfre, na faixa de 1,5-4,4%. 
            Embora a legislação ambiental
            brasileira indique limites as emissões atmosféricas
            resultantes dos processos de combustão do carvão
            mineral, seja nas usinas termelétricas, nas
            coquerias das siderúrgicas ou nas indústrias de
            cimento, papel e celulose, entre outras..., a
            acidificação atmosférica decorrente da sua
            utilização tem alcançado proporções crescentes.  
            3. Gás Natural  
            O gás natural talvez seja a fonte
            energética em torno da qual os "negócios
            energéticos" vão encontrar maiores
            possibilidades de articulação. Os planos de
            ampliação da inserção do gás natural na matriz
            energética apontam para soluções que apenas
            ampliam o processo de degradação sócio-ambiental,
            tornando-as insustentáveis.  
            Com uma participação pífia no
            consumo energético por fonte, conforme indicam os
            dados da Tabela 2, representando em 1990
            apenas 2,3 % do consumo total, enquanto que os dados
            internacionais para o ano de 1988 já indicavam uma
            participação do gás natural da ordem de 20% do
            consumo total mundial. Este aspecto é importante
            para a compreensão da forma como os
            "negócios" estão sendo conduzidos. Ele
            apresenta o investimento no aproveitamento do gás
            natural como um ato de modernização do país, ao
            apontar a utilização de um combustível
            "limpo" como alternativa energética. Até
            aqui, sem problemas. Estes começam quando o mesmo
            argumento é utilizado para justificar investimentos
            de US$2 bilhões para a construção de um gasoduto
            de 3,4 mil km de extensão para tornar disponível 8
            milhões de m 3/dia do gás da cidade boliviana de
            Santa Cruz de La Sierra para um mercado considerado
            apenas "factível", e que ainda permanece
            incerto, principalmente se o preço do gás for
            confrontado aos preços dos demais combustíveis a
            serem "substituídos". 
            A construção do gasoduto envolve
            hoje a Petrobrás, a Tenecco dos EUA, a BHP da
            Austrália, a British Gas da Inglaterra, além da
            YPFB da Bolívia, associada a ENRON dos EUA. 
            A solução para "garantir o
            mercado" parece apontar para a utilização do
            gás natural disponível como combustível para
            geração termelétrica. Dessa forma, articula-se a
            possibilidade de se atrair o capital privado para
            investimentos em geração elétrica que tenham
            prazos de amortização menos longos que os impostos
            pelos empreendimentos hidrelétricos. Numa situação
            como a do sudeste do país, onde os grandes negócios
            com a geração hidrelétrica parecem estar
            esgotados, mostra-se atraente a mobilização de
            recursos consideráveis, da ordem de 3.500
            dólares/kW instalado, para unidades de 200-300 MW
            implantadas ao longo do gasoduto e próximas dos
            principais centros de carga existentes no trajeto.
            Certamente, não faltarão esforços no sentido de
            assegurar uma eficiência no processo de conversão,
            hoje próximas a 43% se considerarmos as plantas
            termelétricas a ciclo combinado em operação
            atualmente nos EUA. Nada mais "moderno", se
            comparado com as eficiências que hoje caracterizam
            as termelétricas a carvão de Santa Catarina e Rio
            Grande do Sul, ou os grupos geradores a óleo diesel
            ou óleo combustível que hoje asseguram algumas
            horas por dia de eletricidade nas comunidades
            atendidas pelos sistemas isolados.  
            Enquanto isso, cerca de 3,1
            milhões de m 3/dia são hoje queimados como gás
            natural associado não aproveitado nos poços de
            extração de petróleo. Este volume representa 15,3%
            da produção total, da ordem de 20,151 milhões de m3/dia.
            Deste total 44,3% é comercializado e os 40,4%
            restantes é reinjetado. 
            Se considerarmos a primeira etapa
            do contrato, já assinado com a Bolívia por um prazo
            de 20 anos, o Brasil hoje desperdiça quase 40% da
            quantidade de gás que está prevista pelo acordo
            até 2004.  
            Por outro lado, a penetração do
            gás natural como combustível automotivo,
            principalmente em substituição ao diesel utilizado
            no transporte público urbano e metropolitano, não
            merece atenção dos atuais formuladores da política
            energética brasileira. 
            Da mesma forma que o
            aproveitamento do gás hoje queimado, ser considerado
            economicamente inviável, também sua utilização
            como combustível automotivo é vista com reservas.
            Nem mesmo os benefícios em termos da melhoria da
            qualidade do ar nos grandes centros urbanos
            brasileiros parece sensibilizar nossos policy
            makers.  
            4. Lenha e Carvão Vegetal 
            Enquanto em setores como o
            residencial se observa uma redução no consumo de
            lenha, no setor industrial houve um crescimento
            significativo. Para o setor residencial, tal
            comportamento corresponde a mudanças de alguns
            hábitos de consumo e a oferta de outros
            energéticos, uma vez que a lenha foi sendo
            substituída pelo GLP na medida em que se
            intensificava a taxa de urbanização no País. 
            No que diz respeito ao setor
            industrial, a dendroenergia representa atualmente
            cerca de 32% do consumo energético associado a
            combustíveis, destacando-se as agroindústrias, as
            indústrias têxteis, as cerâmicas e as plantas de
            produção de papel e celulose. Também contribui o
            setor de transformação que responde por mais de 44%
            da demanda, cujos requerimentos de lenha estão
            associados a produção de carvão vegetal,
            principalmente destinado ao setor siderúrgico. As
            carvoarias acompanhadas pela ABRACAVE em 1993
            produziram cerca de 32,5 milhões de metros cúbicos
            de carvão, consumindo 132 milhões de metros
            cúbicos de lenha. 
            Apenas o consumo industrial
            difuso, representado pelas indústrias cerâmicas e
            de alimentos e bebidas, respondem por dois terços da
            demanda industrial de lenha. Caso se exclua a demanda
            de bagaço (usinas de açúcar e álcool) e a energia
            elétrica, a lenha responde por 67% da demanda de
            combustíveis do setor de alimentos e bebidas.
            Igualmente, ao excluir-se o licor negro (um
            subproduto da lenha) e a eletricidade nas plantas de
            papel e celulose, a lenha passa a significar 40% do
            consumo de combustíveis. 
            Dentre os segmentos industriais
            que compõem o setor siderúrgico a carvão vegetal
            no Brasil, incluem-se as usinas integradas a aço, os
            produtores independentes de ferro-gusa e as
            indústrias de ferro-ligas. Junto, o setor
            siderúrgico tem sido responsável por cerca de 80%
            do consumo industrial anual de carvão vegetal. Além
            do setor siderúrgico, o carvão vegetal é utilizado
            em volumes significativos como insumo energético em
            parte do setor de cimento, responsável por cerca de
            5% do consumo anual total, e pelos metais primários,
            nos quais se inclui a produção de chumbo, estanho,
            níquel, silício e zinco, responsáveis por cerca de
            4,8% do consumo industrial anual de carvão vegetal. 
            O maior impacto ambiental do uso
            energético da lenha e carvão vegetal é o
            desmatamento induzido de floresta nativa. Associado
            ao processo de desmatamento está a perda da
            biodiversidade, aceleração da erosão e perda da
            fertilidade do solo, contribuindo para o avanço do
            processo de desertificação. O IBAMA tem exigido a
            implantação de Planos Integrados de Florestamento
            para assegurar a produção renovável do carvão
            vegetal. A perspectiva era de atingir 70% de
            reflorestamento em 1992, aumentando regularmente até
            atingir 100% em 1995. No entanto, esta exigência,
            vem sendo sistematicamente desrespeitada. Estima-se
            em cerca de 515 mil hectares a área desmatada anual
            para atender as necessidades energéticas das usinas
            integradas ao carvão vegetal: 82% de origem nativa e
            apenas 18% obtida através do reflorestamento. Por
            outro lado, estima-se em 5 a 7 milhões de hectares,
            a área atualmente ocupadas pelos eucaliptais, cuja
            utilização é mais expressiva como insumo no setor
            de papel e celulose.  
            5. Produtos da cana: álcool e
            bagaço  
            O PROÁLCOOL-Programa Nacional do
            Álcool, criado em novembro de 1975, é hoje a
            expressão mais elaborada das dificuldades de
            implementação de um programa de substituição de
            combustíveis fósseis sob ação exclusiva dos
            mecanismos de mercado. É também o exemplo mais
            evidente de como eventuais benefícios ambientais
            são apropiados para manter privilégios.  
            Quando o programa foi criado, a
            produção brasileira de álcool etílico era de 580
            milhões de litros, apurada na safra 75/76. Cinco
            anos mais tarde, a produção já alcança 3,676
            bilhões de litros, para atingir 11 bilhões de
            litros na safra 85/86. Se considerarmos que a
            produção atual se mantém nesta mesma ordem de
            grandeza, podemos afirmar que toda a base produtiva
            do Proálcool foi estabelecida nos primeiros dez
            anos.  
            No período 75/79 foram investidos
            cerca de US$ 1,02 bilhões, 75% dos quais
            originários de recursos públicos. No período 80/86
            foram investidos cerca de US$ 5,7 bilhões, 55,5% dos
            quais também originários de recursos públicos. Ou
            seja, para assegurar o crescimento da produção de
            álcool etílico durante os primeiros dez anos foram
            utilizados cerca de US$ 3,93 bilhões originários de
            fundos públicos. Atualmente, as dívidas do setor
            sucroalcooleiro alcançam US$ 5 bilhões somente
            junto ao Banco do Brasil, sem perspectiva alguma de
            pagamento.  
            O crescimento da produção de
            álcool etílico foi também assegurado pelo aumento
            da área total de cana plantada. Na safra 75/76, a
            área era de 1,969 milhões de ha para uma quantidade
            colhida de cana de 91,5 milhões de toneladas,
            representando um rendimento médio da ordem de 46,47
            t/ha. Na safra 90/91, a área de plantio atingiu 4,3
            milhões de ha para uma produção de 222 milhões de
            toneladas de cana, com um rendimento médio de 51,63
            t/ha.  
            As consequências do aumento da
            área de plantio da cana podem ser avaliadas pelos
            dados referentes ao processo de substituição de
            culturas no Estado de São Paulo, responsável
            atualmente por cerca de 2/3 da produção nacional de
            álcool etílico. No período 77-89, a área
            cultivada pela cana aumentou 619,6 mil ha, em
            detrimento das culturas do café, feijão, amendoim,
            arroz e mandioca. Considerando-se que 30% desta
            substituição envolveu áreas de pastagens, esse
            processo atingiu cerca de 30 mil famílias rurais (ou
            cerca de 120 mil pessoas), entre as quais uma parte
            significativa se converteu em população assalariada
            absorvida pela sazonalidade dos empregos
            "gerados" pela cana.  
            De qualquer forma, o argumento de
            que o setor sucroalcooleiro é responsável por cerca
            de 290 mil empregos diretos no Estado de São Paulo,
            e de que em termos nacionais é reponsável por 700
            mil empregos diretos, aos quais são sempre
            acrescentados outros 600 mil empregos indiretos, tem
            sido utilizado com frequencia, sobretudo quando o
            Proálcool é colocado em questão. 
            Outro argumento utilizado com
            frequência se refere aos benefícios de ordem
            ambiental decorrentes da substituição da gasolina
            pelo álcool etílico. O exame desta questão deve
            levar em conta a distribuição da produção atual,
            de cerca de 10,5 bilhões de litros do álcool
            hidratado e 1,3 bilhões de litros do álcool anidro. 
            O primeiro é utilizado como
            combustível para uma frota estimada em 4,5 milhões
            de veículos, cerca de 33% da atual frota circulante
            nacional. O segundo é adicionado a gasolina, na
            proporção de 22%, atuando como anti-detonante, o
            que permitiu a substituição do venenoso chumbo
            tetra-etila numa frota de "veículos a
            gasolina" que hoje é da ordem de 8 milhões de
            veículos. 
            Convém ainda não esquecer o
            metanol, importado sempre que uma crise de
            desabastecimento coloca em risco a confiabilidade do
            programa. Crise essa, via-de-regra resultante da
            reorientação de produção que a cultura canavieira
            no Brasil costuma dar, sempre que o açúcar acena
            com preços mais atraentes no mercado internacional.
            Na última safra, p.ex., houve a necessidade da
            importação de 1,1 bilhões de litros de etanol,
            além de 660,8 milhões de litros de metanol. 
            Sem dúvida, o coquetel de
            emissões formado pelo monóxido de carbono,
            hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e de
            enxôfre, além de metais pesados como o chumbo,
            seria bem mais prejudicial para a saúde humana que
            vive hoje nas grandes aglomerações urbanas
            brasileiras, não fosse esse mix constituído pela
            gasolina, etanol e metanol.  
            Por outro lado, é importante
            também lembrar as consequências da utilização do
            expediente das queimadas, realizadas nos períodos
            secos (julho a setembro), com o objetivo de facilitar
            a colheita. Nestes períodos, verifica-se um
            significativo aumento das concentrações de
            monóxido de carbono (CO) e de ozônio (O 3),
            além de material particulado, hidrocarbonetos,
            óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono (CO2),
            este último na proporção de 2,1 t CO2 por
            hectare de cana queimada. 
            Outros aspectos que indicam os
            limites da sustentabilidade da produção de cana com
            vistas a produção do álcool combustível dizem
            respeito a significativa utilização de água nas
            diversas etapas do processo industrial, além do
            vinhoto resultante do processo de concentração,
            fermentação e destilação do caldo de cana para a
            produção do álcool. 
            6. Hidreletricidade 
            O consumo de energia elétrica no
            Brasil passou de 122,7 TWh (bilhões de kWh) em 1980,
            para 264,6 TWh em 1995. Este crescimento no consumo
            foi assegurado por uma expansão da capacidade
            instalada da ordem de 24,2 GW (milhões de kW), dos
            quais 22,3 GW ou 92% foram obtidos através de
            grandes empreendimentos hidrelétricos. 
            Muito embora a hidreletricidade
            não contribua para o aumento das emissões de CO 2, o
            Brasil carrega um passivo sócio-ambiental
            extremamente expressivo, se considerarmos que as
            usinas hidrelétricas construídas até hoje
            resultaram em mais de 29.000 km2 de
            terras inundadas para a formação dos
            reservatórios, e na expulsão - ou,
            "deslocamento compulsório" - de cerca de
            200 mil famílias, todas elas populações
            ribeirinhas diretamente atingidas pelos
            empreendimentos hidrelétricos implantados.
            Uma análise da forma de
            relacionamento que o setor elétrico estabeleceu com
            estas populações, ao longo do período de
            implantação de cada empreendimento, permite afirmar
            que a estratégia do "fato consumado"
            esteve presente em, praticamente, todos os
            empreendimentos de grande porte conduzidos pelas
            empresas estatais. 
            Ao mesmo tempo em que a
            alternativa hidrelétrica era apresentada como uma
            fonte energética "limpa, renovável e
            barata", e que cada usina hidrelétrica era
            justificada em nome do interesse público, da
            modernização, do progresso, ou do
            desenvolvimento", as populações ribeirinhas
            tiveram suas bases materiais e culturais de
            existência praticamente ignoradas. 
            As grandes usinas hidrelétricas
            promoveram o deslocamento forçado destas
            populações, acompanhado por compensações
            financeiras irrisórias e, por vezes, inexistentes; o
            processo de reassentamento, quando houve, procurou
            sempre ignorar de forma deliberada, diferenças
            étnicas, e não assegurou a manutenção das
            condições de vida anteriormente existentes. Na
            área das barragens ocorreram diversos problemas de
            saúde pública, como o aumento de doenças de
            natureza endêmica, o comprometimento da qualidade da
            água nos reservatórios, afetando atividades como
            pesca e agricultura; e, de problemas de segurança
            das populações, com o aumento dos riscos de
            inundação a jusante das barragens decorrentes de
            problemas de operação das mesmas. Ainda, grandes
            quantidades de terras cultiváveis ficaram submersas
            e, em muitos casos, a perda da biodiversidade se
            procedeu de forma irreversível. 
            Apenas 24% da energia elétrica
            assim obtida é consumida pela população brasileira
            através do consumo domiciliar, considerando o
            consumo total de energia elétrica de 235,6 TWh em
            1994. Cerca de 52% desta eletricidade é dirigida
            para o consumo industrial no Brasil. 
            Em termos absolutos, os
            domicílios urbanos e rurais brasileiros dobraram o
            consumo durante os anos oitenta, passando de 23,2 TWh
            em 1980 para 48,7 TWh em 1990. Entretanto, a taxa de
            eletrificação domiciliar é de 74,2%. Isso
            significa que aos 4,35 milhões de domicílios sem
            eletricidade devem ainda ser considerados outros 4,84
            milhões de domicílios que só tem acesso a energia
            elétrica através de ligações clandestinas, com os
            riscos de segurança que lhes são característicos.
            Ou, como auto-produtores nas regiões não atendidas
            pela rede, através da utilização de pequenos
            geradores alimentados por algum dos derivados de
            petróleo que se prestam para este fim (óleo
            combustível, diesel, ou gasolina); ou mesmo, por
            meio de baterias automotivas, que guardam o
            incoveniente da necessidade de constante recarga.  
            O acesso a rede elétrica é mais
            crítico nas áreas rurais, onde 3,7 milhões de
            domicílios não estão eletrificados. Se
            consideramos os 644 mil domicíos urbanos sem
            eletricidade, são 20,4 milhões de habitantes ainda
            privados da eletricidade. 
            Para a população que vive nos
            domicílios eletrificados, e que paga tarifas
            atualmente na ordem de 120 US$/MWh, o aspecto da
            renda familiar e sua relação com o consumo
            domiciliar está indicado no quadro 2.6.1., que
            apresenta dados referentes a um estudo realizado nos
            domicílios paulistas localizados na área de
            concessão da Eletropaulo. 
            7. Energia nuclear 
            A primeira usina termonuclear
            brasileira (Angra I) começou a operar em 1985.
            Trata-se de um reator da empresa norteamericana
            Westinghouse, do tipo PWR (reator de água
            pressurizada) com 627 MW de potência instalada.
            Desde o início de operação, Angra I já sofreu
            mais de 20 paralizações, além de operar com baixo
            fator de utilização. Problemas nas condições de
            operação do trocador de calor, fundamental para
            assegurar o processo de produção de vapor, tem se
            constituído numa das principais causas das
            paralizações. O futuro descomissionamento da usina
            também apresenta problemas, bem como a disposição
            final dos rejeitos de alta radioatividade. 
            A despeito deste problemas, o
            Brasil segue mantendo o Acordo Nuclear com a
            Alemanha, assinado em 1975, e que prevê a
            implantação de oito usinas nucleares. Atualmente,
            apenas dois reatores da empresa alemã KWU estão em
            construção - Angra II e Angra III. 
            Cerca de 70% das obras civis da
            usina de Angra II estão concluídas. Segundo Furnas,
            a empresa concessionária de energia elétrica
            responsável pelo cumprimento do acordo, cerca de US$
            5 bilhões já foram gastos e outros US$ 1,5 bilhões
            são necessários para finalizar as obras, valores
            que são contestados por pesquisadores sobre o
            assunto. 
            Por outro lado, o programa nuclear
            brasileiro abrange também o desenvolvimento do
            projeto de construção do submarino a propulsão
            nuclear, envolvendo instituições como o IPEN/SP e a
            Marinha do Brasil, e instalações como o Centro
            Experimental Aramar/SP (identificada por uma placa
            como "Estação de ensaios de equipamentos a
            vapor"). A manutenção do caráter sigiloso
            deste tipo de projeto, e as dificuldades de acesso a
            informações confiáveis com respeito as
            instalações de Iperó/SP (enriquecimento de urânio
            por ultracentrifugação e protótipo do reator para
            o submarino) e na Serra do Cachimbo/PA (provável
            local para testes nucleares), apenas indicam que o
            grau de apreensão permanece acentuado, o que tem
            alimentado o crescente questionamento com respeito ao
            uso militar da energia nuclear no Brasil. 
            8. Fontes não-convencionais 
            A produção de energia no Brasil
            a partir das assim denominadas fontes
            não-convencionais (solar, eólica, e de biomassa),
            aproveitando recursos energéticos locais,
            disponíveis em larga escala, e localizados em
            regiões de difícil atendimento pelos sistemas
            convencionais, se constitui numa alternativa de
            atendimento ainda inexpressiva, notadamente com
            relação as populações que habitam as assim
            denominadas comunidades isoladas, ou os bolsões de
            pobreza disseminados em diversas regiões do país.  
            Alguns estudos tem demonstrado
            que, dependendo da distância a rede, do número de
            domicílios a serem atendidos, e da carga a ser
            suprida, a geração de eletricidade a partir de
            células fotovoltaicas já se apresenta como
            "mais vantajosa", se comparada com os
            custos médios de eletrificação. Entretanto, tais
            investimentos não tem o retorno assegurado, face as
            condições de pobreza que hoje caracterizam as
            populações a serem beneficiadas. O resultado é que
            a alternativa fotovoltaica acaba se tornando
            possível, apenas através da caridade com que
            empresas públicas e organismos internacionais de
            financiamento destinam recursos para esse fim. 
            No que diz respeito a geração
            eólica, pode-se assinalar duas experiências: a
            primeira desenvolvida pela CELPE/UFPE, com um
            aerogerador de 75 kW instalado na Ilha de Fernado de
            Noronha; e a segunda, pela CEMIG, com um grupo de 4
            aerogeradores de 250 kW cada, instalado no morro do
            Camelinho/MG, e conectado a rede. 
            Por outro lado, o aumento e o
            receio da escassez do petróleo em 1973, estimulou
            estudos quanto ao uso de outros energéticos oriundos
            da biomassa nacional: babaçu (Projeto Babaçu),
            etanol de amiláceos e de materiais celulósicos
            (Usina de Caucaia/CE e de Curvelo/MG, Projeto
            Coalbra/MG), metanol de madeira (Projeto
            Metanol/CESP), óleos vegetais (Cenpes, CEPED),
            resíduos orgânicos (CESP, Comgás, Sabesp em São
            Paulo e Sanepar/PR), resíduos industriais, urbanos e
            rurais. Apesar do grande potencial estimado, estes
            projetos não atraíram o interesse empresarial,
            caindo no esquecimento após o contra choque do
            petróleo, por sua baixa rentabilidade. 
            9. Distribuição do consumo
            energético final 
            *(atualizar para 1995) 
            A Tabela 3, apresentada a
            seguir, indica os dados em termos percentuais,
            relativos a distribuição do consumo energético
            final medido em tep, segundo o setor e a forma de
            energia secundária utilizada no Brasil, para o ano
            de 1994. 
            Tabela 3: Distribuição do
            consumo energético final,  
            segundo o setor e a forma de energia secundária
            utilizada, Brasil, 1994 (em %) 
            
                
                      
                    SETORES 
                     | 
                    Deriv. de Petróleo 
                     | 
                    Gás nat./Carv. min. 
                     | 
                    Lenha/ 
                    Carv.Veg. 
                     | 
                    Alcool/
                    Bagaço 
                     | 
                    Eletri- 
                    cidade 
                     | 
                    Total 
                    Geral 
                     | 
                 
                
                    energético 
                     | 
                    5,7  
                     | 
                    9,0 
                     | 
                    - 
                     | 
                    36,2 
                     | 
                    3,3  
                     | 
                    7,6 
                     | 
                 
                
                    mineração  
                     | 
                    1,0 
                     | 
                    1,4 
                     | 
                    - 
                     | 
                    - 
                     | 
                    2,6 
                     | 
                    1,4 
                     | 
                 
                
                    agropecuário 
                     | 
                    6,2  
                     | 
                    - 
                     | 
                    9,6 
                     | 
                    - 
                     | 
                    3,3 
                     | 
                    4,3 
                     | 
                 
                
                    indústria pesada 
                     | 
                    10,7 
                     | 
                    76,4 
                     | 
                    35,1 
                     | 
                    0,5 
                     | 
                    32,7 
                     | 
                    25,9 
                     | 
                 
                
                    indústria
                    leve 
                     | 
                    4,0 
                     | 
                    4,8 
                     | 
                    12,2 
                     | 
                    29,3 
                     | 
                    15,5 
                     | 
                    11,9 
                     | 
                 
                
                    transporte 
                     | 
                    48,1  
                     | 
                    - 
                     | 
                    - 
                     | 
                    32,4 
                     | 
                    0,4 
                     | 
                    19,3 
                     | 
                 
                
                    residencial 
                     | 
                    9,0 
                     | 
                    0,7 
                     | 
                    42,6 
                     | 
                    - 
                     | 
                    22,3 
                     | 
                    16,1 
                     | 
                 
                
                    comércio/serviços 
                     | 
                    1,0 
                     | 
                    0,7 
                     | 
                    0,5 
                     | 
                    - 
                     | 
                    11,5 
                     | 
                    4,8 
                     | 
                 
                
                    público 
                     | 
                    0,3 
                     | 
                    - 
                     | 
                    - 
                     | 
                    - 
                     | 
                    8,4 
                     | 
                    3,3 
                     | 
                 
                
                    uso não-energ. 
                     | 
                    14,0 
                     | 
                    7,0 
                     | 
                    - 
                     | 
                    2,1 
                     | 
                    - 
                     | 
                    5,4 
                     | 
                 
                
                    Total geral 
                     | 
                    100,0 | 
                    100,0 | 
                    100,0 | 
                    100,0 | 
                    100,0 | 
                    100,0 | 
                 
             
            Elaboração própria. Fonte: MME
            - Balanço Energético Nacional, 1995.
            Foram consideradas como atividades
            industriais que compõem o, aqui denominado
            setor da indústria pesada as seguintes
            atividades consideradas nos dados desagregados do
            Balanço Energético Nacional: cimento, ferro-gusa e
            aço, ferro-ligas, não-ferrosos e outros da
            metalurgia, química, papel e celulose e cerâmica. 
            Conforme a Tabela 3, estas
            atividades são responsáveis por 26% do consumo
            energético total no Brasil. O setor de transporte
            corresponde a 20% do consumo energético total. Estes
            são os dois setores que podem ser identificados como
            prioritários para qualquer plano ou programa de
            reestruturação da política energética brasileira
            em bases sustentáveis. 
              
         
         |