Objetivos
O Projeto
Diagnóstico das Bacias Hidrográficas do Município de Viamão Para um
Gerenciamento Integrado de Microbacias tem como objetivo principal reunir
em bases cartográficas informações que servem de ferramenta para o
planejamento e gerenciamento do Município tendo como unidade básica de
trabalho as microbacias hidrográficas.
Localização
e Caracterização
O Município
de Viamão, com seus 1494,2km2 de extensão, localiza-se na extremidade
sudeste da Região Metropolitana de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do
Sul (Brasil). A rede hidrográfica do Município apresenta-se dividida em
três grandes bacias que são as Bacias do Rio Gravataí (RG), do Lago Guaíba
(LG) e da Laguna dos Patos (LP). Seu relevo caracteriza-se por uma variação
desde morros graníticos na faixa oeste, coxilhas suaves na faixa central
e áreas extensas de banhados a norte e sudeste. De sua população de
226.669 mil habitantes (IBGE, 2000), 93% concentram-se em zona urbana
pouco industrializada onde predominam habitações de baixa renda. A área
rural possui regiões de minifúndios, sítios de lazer, grandes cultivos
de arroz e fazendas de criação de gado.
Método
e resultados
O
levantamento bibliográfico em vários órgãos orientou e possiblitou a
geração de alguns dos mapas temáticos foram gerados a partir de mapas e
cadastros pré-existentes. A base cartográfica digital foi montada a
partir de 9 folhas em escala 1:50.000 (MI 2970-1, 2971-3, 2971-4, 2987-2,
2988-1, 2988-2, 2987-4, 2988-3 e 2988-4) do Serviço Geográfico do Exército,
sendo as seis primeiras já digitalizadas pela Metroplan. Com uso do
programa computacional AutoCad 14 foram atualizadas as informações
de rede viária, hidrografia, topografia e limite municipal. Para tanto,
foram compilados mapas existentes, feitas observações a campo e com uso
de estereogramas. Os mapas sobre esta base cartográfica, em função do
equipamento disponível, têm sido plotados na escala 1:60.000.
Foi
realizada a digitalização dos limites da Área de Proteção Ambiental
do Banhado Grande e do Parque Estadual de Itapuã, unidades de conservação
que passaram a ser informação obrigatória nos mapas oficiais do Município
gerados pelo presente trabalho.
A subdivisão
da rede hidrográfica, de acordo com este projeto, estabelece um total de
16 microbacias, sejam elas a do Banhados dos Pachecos (RG01), Arroio
Pesqueiro (RG02), Arroio Fiúza (RG03), Arroio Alexandrina (RG04), Estância
Grande (RG05), Arroio Águas Belas (RG06), Arroio Feijó (RG07), Arroio
Dilúvio (LG01), Arroio Taquara (LG02), Arroio Varejão (LG03), Xambá-Estância
(LG04), Itapuã (LG05), Capão da Porteira (LP01), Lagoa do Mato (LP02),
Costa do Oveiro (LP03) e Lagoa Negra (LP04).
O mapa de
uso do solo e cobertura vegetal foi elaborado pelo Centro de Ecologia da
UFRGS através da classificação de uma imagem de satélite
Landsat com uso do programa computacional IDRISI, do qual
resultaram as classes água, banhado, mata, reflorestamento, vassoura /
mata xerófila, campos de várzea / campo úmido, campos de encosta /
campo seco, agricultura irrigada / arroz, agricultura, solo exposto,
areia, urbanização esparsa, de baixa, média e alta densidade.
O mapa geológico,
feito a partir de mapa inédito pré-existente, foi rasterizado e
vetorizado, não sendo possível, porém, seu cruzamento com a base
cartográfica adotada.
O mapa de
áreas de extração mineral, indústrias e lançamento de efluentes
cloacais foi elabotrado a partir de cadastros da Prefeitura Municipal, análise
de fotografias aéreas e observações em campo. Os pontos de extração
mineral incluem pedreiras, saibreiras, olarias e extrações de areia,
ainda divididos em legalmente regulares e irregulares, sendo identificadas
por seu número de registro no DNPM e/ou proprietário.
As indústrias
foram localizadas pelo endereço constante no cadastro da Prefeitura e
pelo conhecimento de campo dos fiscais do Departamento de Meio Ambiente.
Dentre as mais expresivas no Município foram escolhidas algumas classes
de indústrias e serviços cuja atividade apresenta maior potencial
poluidor, quais sejam as indústrias de plásticos, acrílicos e fibras;
metalúrgicas; de bebidas; de laticínios e embutidos; de beneficiamento
de cereais; e postos de gasolina.
Os
loteamentos foram delimitados a partir de suas plantas planimétricas.
Sobrepondo os limtes dos loteamentos, a malha viária, as curvas de nível
e o mapa de cobertura vegetal e uso do solo foi possível determinar
segmentos de cursos d'água que encontam-se dentro das áreas mais
densamente ocupadas. Tal informação somada ao conhecimento da fiscalização
de saneamento do Município permitiu definir e destacar em mapa os
segmentos de curso d'água que estão contaminados por lançamento de
efluentes cloacais.
O mapa de
setores censitários foi executado pelo Centro de Ecologia da UFRGS, com
uso dos dados fornecidos pelo IBGE. O serviço consistiu no
georreferenciamento das unidades censitárias e na montagem de um banco de
dados com os dados sócio-econômicos do IBGE associado com cada unidade.
Ainda como
parte integrante do presente trabalho foi possível adquirir através de
cedência da Corsan uma base cartográfica digital em escala 1:10.000,
mais adequada para trabalhar com meio urbano. Apresenta hidrografia, rede
viária e curvas de nível com eqüidistância de 5 metros. Da mesma forma
que na base cartográfica 1:50.000, foram necessários investimentos em
homogeneiação de simbologias, correções e principalmente atualização
de rede viária.
As áreas
verdes da zona urbana que foram identificadas pelo Depto. de Meio Ambiente
em mapa na escala 1:20.000 e digitalizadas na base cartográfica 1:10.000.
Nesta escala têm sido derivados mapas de regiões do Orçamento
Participativo, Plano Diretor, roteiros de coleta de lixo.
Dentre os
materiais que têm sido preliminarmente produzidos destaca-se, pelo
atendimento aos objetivos do presente projeto, os do Programa Integrado de
Recuperação de Áreas Degradadas em execução na Microbacia Hidrográfica
do Arroio Feijó. Nesta Microbacia específica a localização de todas as
áreas verdes e escolas já fazem parte da base cartográfica cujos
produtos têm sido usados para planejar, discutir e executar ações de
educação ambiental que utilizem as escolas como núcleos estratégicos
irradiadores como, por exemplo, na campanha de coleta seletiva de lixo,
mutirões de plantios de mudas de árvores, e de limpeza de praças e
margens de arroios. A julgar pela crescente procura das informações
geradas, o presente trabalho tem alcançado elevada aceitação e
reconhecimento, demonstrando ser uma ferramenta essencial para as decisões
da administração pública municipal e para o envolvimento da comunidade
através da divulgação do conhecimento sobre os recursos naturais do
Município e sua situação.
Participação
e Patrocínio
A execução
do projeto é fruto de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Viamão,
o Centro de Ecologia da UFRGS e a Comissão de Luta Pela Efetivação do
Parque Estadual de Itapuã e contou com a ajuda de uma cessão de fundos
do Centro Internacional de Invetigaciones para el Desarrollo, Canadá.
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